5 de agosto de 2011

Uma sensação de estar voltando pra casa..

Hoje eu encontrei uma pessoa que eu não via há quase 15 anos. Era um garoto, hoje é um homem. Naquele tempo eu era pouco mais do que um ogro.. insensível, confusa, agressiva… e posso dizer que não fui legal.

O tempo passou, o mundo deu as voltas que tinha que dar, e hoje, justo hoje a gente se viu. E doeu.

Doeu olhar aqueles olhos e ver tanta dor, ver tanta bagagem. Doeu escutar aquela voz, doeu tudo… o estômago pelo nervosismo, até o sangue que corria nas veias estava dolorido, meu coração jazia em pedaços no meio da Galvão Bueno.

Eu quis parar as horas, eu quis parar o mundo, eu quis voltar no tempo. Eu quis pedir PERDÃO, eu quis parar.

Quis parar a dor que eu mesma causei e que atravessou esse jovem sem piedade alguma. Eu quis protegê-lo de todos os males, dos ciclos da vida, eu quis que ele nunca mais sofresse.

Mas o tempo não parou. Ele não deixou de sofrer. A vida seguiu seu curso, levou dele algumas pessoas que ele amava. O sofrimento aconteceu, alheio às minhas vontades.

E eu não pedi perdão. Eu não fiz nada. Eu falei feito uma idiota sobre qualquer coisa porque eu não sabia mais o que fazer. Eu tive medo. De parecer pedante. De machucá-lo ainda mais. De pedir mais um abraço.

Um abraço que eu daria um pedaço da minha alma pra nunca mais acabar. Um abraço que ainda me preenche as lembranças. Abraço que contorce as horas e a realidade ao redor.

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Me sinto mais só hoje do que eu um dia podia imaginar sentir. E sinto vontade de chorar porque só o Fernando Pessoa é quem tem razão… definitivamente ele é quem sabe dessas coisas todas.

E agora eu não sei muito bem o que fazer de mim, mas tenho que registrar, que quando a gente se viu e ele me abraçou, eu tive a sensação de estar voltando pra casa…

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