28 de janeiro de 2011

Desafio Literário 2011:: Alice no País das Maravilhas

Assim que eu bati o olho na lista de sugestões, este livro brilhava pra mim… nem pensei, primeirão sem medo e sem dúvida. Chegou o mês, eu fui pimpona até a Biblioteca São Paulo e fui procurar. Vi várias edições dele, mas esta me pulou no colo. Sou doidinha por cartas de baralho, não sei jogar grandes coisas ((no truco sou uma negação, mas #atoron a gritaria toda))… então eu vi ali o tal:::

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Tinha visto lá uma edição comentada, uma edição traduzida “ao pé da letra” e não sei mais o quê… nessa daí o propósito era só contar a história sem o lado “cult-místico-sobrenatural” da história. Certo, peguei mesmo. E voltei pra casa toda feliz. E li. E fiquei decepcionada… abaixo, minha resenha:::

 

Este livro narra as aventuras da pequena Alice, uma garotinha ‘impertinente’ que cai num buraco ao perseguir um coelho de colete correndo com um relógio na mão. Quando cai pelo buraco, Alice passa a viver aventuras das mais diversas e que, sendo muito bondosa, chamo de incomuns. Na verdade, o estilo Nonsense das histórias dá ao livro um colorido especial. No entanto, esse mesmo estilo me traz à mente um texto que em algum momento ((há pelo menos uns 10 anos atrás sendo generosa)) me caiu nas mãos, era uma coisa mais ou menos assim::

“ Era meia noite e o sol brilhava no horizonte, um preto careca penteava sua linda cabeleira loira, sentado de pé, em um banco de pedra feito de madeira, e ao seu lado havia um cego, lendo um jornal sem letras, que de vez em quando dava uma olhadinha na sua plantação de bacalhau. E não muito longe perto dali havia um bosque, onde vacas pulavam de galho em galho, passarinhos pastavam, jacarés que voavam, e o mundo dizia: Prefiro morrer do que perder a minha vida. O mundo é uma bola quadrada que gira em torno da lua, como um barco sem casco navegando em um lago vazio. ((continua, mas isso definitivamente não vem ao caso))

Whatever, passei o livro todo esperando que alguma coisa extraordinária fosse acontecer, só que não. Okay, talvez em uma ou duas passagens, o livro tenha me prendido e dado aquele friozinho, mas no geral, achei bastante decepcionante.

Apesar de infanto-juvenil, este livro tem toda uma bagagem com ele… diversas edições, diversas análises, pontos de vista, teorias, hipóteses e ZZZzZzZz.. Confesso que esperava viver alguma coisa disso, pensei que o livro fosse tãããão impactante que em um dado momento eu teria uma Epifania e passaria a enxergar o mundo de um prisma mais elevado. E não, não aconteceu nada disso… o livro foi ficando bizarro, foi ficando tenso, ficou frouxo e foi indo até acabar. Quando acabou, eu mais um tanto fazia bico! Mas daí vieram o posfácio, uma curta conversa sobre o autor, o ilustrador e o tradutor, os trabalhos de cada um e daí sim eu pude entender um pouco do porquê de todo esse abalo quando se fala em Lewis Carroll. Sinto muito mas eu não tinha ((e continuo não tendo, diga-se de passagem)) noção do contexto histórico da Inglaterra em 1865, pra entender as profundas revoluções que Carroll provocou com este livro, o quanto ele foi capaz de influenciar com a sua obra. O pouco que se escreve nesse posfácio, faz crescer a vontade de ler a versão comentada, ver o filme e tentar entender.

E, no entanto, o que tento entender são os outros, a obra em si pra mim, tem valor pelo contexto histórico que mencionei acima, nada mais. enquanto entretenimento, não apeteceu, não prendeu, não mexeu nada por dentro. Desta edição, chamam atenção o formato e a textura da impressão, as ilustrações são realmente impactantes, ao ponto de me fazer vontade de registrar aqui:::

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Detalhes:

Mês – Janeiro

Tema – Literatura Infanto-Juvenil

Livro Escolhido – Alice no País das Maravilhas

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Resumo da Edição:

Título: Alice no País das Maravilhas: Lewis Carroll
Tradução: Nicolau Sevcenko
Ilustrações: Luiz Zerbini
Edição: São Paulo: Cosac Naify, 2009
ISBN: 978-85-7503-877-2
Tiragem: 3.000 exemplares.

Se quiser saber mais sobre essa edição, o pessoal do Grifo Nosso fez um excelente trabalho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eitha, eu adoro Alice, mas acho que vários fatores que possam influenciar isto: expectativa e bagagem. Quando li, apenas sabia que ia encontrar um menininha meio pirada... e a bagagem, bem, adoro Sócrates, e achei Alice muito socrática e super filosófica, debatendo com seus botões sobre as grandes questões da humanidade. (Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?)

Beijos

Roberta

Vivi disse...

As expectativas se elevaram por que é narrativa estimada e presente já no imaginário de um coletivo digamos que universal. Mas, nenhum livro precisa ter aceitação unânime e suas impressões não deixam de ser pertinentes. Ótima participação!

Bjs

disse...

Gostei da sinceridade. Leitura tem muito de identificação,momento, visão de mundo. Eu gosto muito da história de Carroll, mas concordo que é um livro que dá margens a muitas interpretações.
E creio ser este o charme da obra. Ainda hoje suscita inúmeras discussões.

Abs, Rê

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