18 de dezembro de 2010

Um post, um desabafo e uma homenagem….

Hoje eu vim aqui escrever porque tenho um coração pesado, num corpo que já não o comporta. tenho um coração que é rejeitado a todo instante por mim mesma. Eu tenho medo da dor. Eu me impaciento com a demora das curas internas, passo por cima de tudo e sofro intensamente mas sempre pela metade porque minha ânsia em viver e ser feliz sempre é maior que todo o resto.

 

Hoje, desde há muito tempo - pelo que me vale a memória, desde nunca – eu venho aqui falar de amor. Mas não do amor de novela, daquele comercial de margarina com as pessoas de dentes branquinhos e corpos rescendindo ao banho ainda. Eu venho falar do amor bandido. Daquele que vc fica encafifado tentando entender se ele faz mais mal do que bem. Penso mesmo que deveria ser comercializado com retenção da receita médica tal o nível de potencialidade maligna. Um amor tarja preta.

 

Ele é unilateral e, geralmente involuntário, pois que poucas devem ser as pessoas que escolhem mesmo ter um amor não correspondido por vontade própria. Ele maltrata o coração de quem o abriga com tanta violência que chega a ser indecente. Mas igualmente forte e imoral é a felicidade que se apossa do ser “amante” quando seu amado lhe dirige quiçá apenas um oi.

 

Ao ser relegado ao esquecimento de praxe, o amante experimenta a dor em vários níveis, com texturas, sabores e cores diferentes… ele beira a loucura, ele sangra. Tem em si a marca da angústia, um ralo interno, um vácuo… algo que suga as cores e os sons do mundo externo e no lugar disso tudo fica o que é estéril. Ficam todas as lembranças dos momentos de rejeição proporcionados ad eternum pelo ser amado.

 

Mas nem por isso o amante desiste. Apesar de tudo e, sobretudo, este tipo de amante é o cara da coragem. É aquele que fica quando todo mundo vai embora. Ele sempre vai estar lá. Disposto, disponível. Esperando, olhando a vida de seu amado do lado de fora, sem quase nenhuma participação. E assim também vai a sua vida. À deriva. Largada como algo sem importância, sem sentido, uma vez que seu amado nela não está.

 

É falta de autoestima dirão uns… É burrice dirão outros… Pura inocência e romantismo deslocado – porque sim, me parece que o conceito de romantismo está sendo banido do mundo digitalizado, rápido e descartável dos dias de hoje – dirão muitos outros ainda. Eu, de verdade, não sei não o que é que dá nessas pessoas. Sei apenas que me solidarizo com suas dores, entendo cada sangramento nesses corações dilacerados, posto que rasguei o meu tantas vezes em nome da tentativa de ser feliz ao lado de alguém.

 

Queria poder fazer sarar, encontrar o bendito botão de uma conversa na noite passada, queria saber resolver o problema ou minorizar os sofrimentos… mas sei também que não dá. Sei bem da ferocidade dessa dor que a tudo devora e de tudo tira o sentido. E tudo o que eu posso desejar, já que não posso implantar isso, é força! Força, determinação e coragem para seguir em frente. Para que os amantes já desenganados possam matar aquele que já é morto… desligar os aparelhos do amor com morte cerebral. É duro.

 

Imagino que matar um sonho seja muito mais difícil que matar uma pessoa, que deliberadamente matar uma planta, um animal, um outro ser vivo qualquer de maneira fria, cética, cruel… É muito dolorido. Escolher de próprio punho apagar aquele tão pouco que faz absolutamente tudo mais bonito e mais feliz. E mais triste e dolorido e solitário também. Poxa vida, aqui só cabe um suspiro Charliebrowniano de <<Ó vida!!>>

 

Mas eu sei também que há vida, e muita vida depois disso… que depois de chafurdarmos nos lodaçais da autopiedade, autocomiseração e imolação, é possível levantar, comprar uma dignidade nova e seguir em frente com mais uma cicatriz de batalha. Há que se ter orgulho de cada queda por ter sido capaz de se levantar uma outra vez. E pra isso é preciso ter fibra, ser cabra hómi. E sempre vai valer a pena continuar, porque sejá lá como for, viver e estar vivo neste mundo lindo de meu Deus ainda é a coisa mais deliciosa do universo.

 

E aos seres amados, quando se aperceberem alvo de um amor desse tipo, por favor, usem da sinceridade. Ponham sua covardia de lado ao menos uma vez e sejam logo honestos com os seres que tanto vos amam! Respeitem a dor, o sentimento e a sanidade alheia. Que não é justo que alguém sofra desse tanto só por serem vocês tão covardemente vis! Não pode estar certo, não pode estar justo ser assim. Não deem migalhas aos apaixonados, não alimentem os bichos do zoológico e se perguntem sempre “o que será dele no dia que eu não vier mais?

 

E acho que já falei demais. Mas acho que faltou dizer que ontem, na solidão da minha casa, tive uma das melhores noites em companhia de amigos via pc… é bom sentir esse consolo, sentir o apoio incondicional de um verdadeiro amigo. A honestidade em forma de guri. hahaha. Quem tem um amigo, nunca está sozinho.

 

 

 

Essa é perfeita pra conversa de ontem! =D Escuta xuxu!!

 

 

EDIT::: Não estou sofrendo de amor, meus amados. Não se preocupem. Eu sempre vou estar bem. Os gatos sempre caem de pé. =P

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