23 de novembro de 2010

Da vergonha e dos maus sentimentos

Hoje eu tava bem ((note bem o tempo verbal)). E fui ali fazer a inscrição do meu curso extra de gestão, preenchimento de papelada, burocracia e muita chatice… E preenchendo lá eu vi em negrito caixa alta… profissão: DONA DE CASA.

 

Juro por Deus que eu não queria dizer isso, mas fiquei chocada, constrangida, me senti humilhada… como se as batalhas que eu vencesse todos os dias, perdessem o valor. Como se não passasse de uma besteira medíocre ter conseguido lavar toda a roupa, ter conseguido manter as coisas em ordem durante a semana toda, de ter por mais uma semana cumprido a minha parte no trato de manter bem a família que é de todos ((mas que parece mesmo ser de nenhum em quase todo o tempo)).

 

E daí eu, como sempre, fui tentar ((tolinha, admito)) expandir, mudar o foco, transcender essa sujeirada emocional… pensei no futuro, esse mais imediato, esse tal de ano que vem. Foi a pior besteira que eu fiz. O ano que vem pra mim tem algo de “místico”… porque é o ano em que pretendo “retomar” minha vida… Por acaso algum de vocês já apostou todas as fichas num único número? É, eu tenho essa mania. E a bola da vez é o ano de 2011, essa coisa de voltar ao mercado, de voltar a viver.

 

Então aquela besta apoplética que se constrangeu tanto com a mediocridade e pequenez da dona de casa ficou com medo. Medo de não dar certo, de eu não conseguir voltar ao mercado, de não ter competência, inteligência, capacidade de me estabelecer… medo de ficar mais um ano parada. E mais um, e mais um, e mais uma vida inteira….

 

Logo em seguida eu retrocedi um pouquinho pensei apenas no final do ano, e me sufoquei! As festas, toda a preparação, os gastos – de grana, de tempo, energia – e na falta de grana. Pensei na escolinha que preciso pagar e no dinheiro que não aparece, pensei na lista de material, nos livros da primeira série da minha pequena… em todas essas responsabilidades que eu sempre tive e sempre gostei de ter e de arcar e que hoje eu não arco. Dói.

 

E eu me corroí. E continuo me roendo, remoendo, doendo tanto que lateja…

 

E o dia termina assim, amarrotado, azedo, cheio de sal e medo. E a mão confortante do meu menino de ouro. Tá difícil, juro que dessa vez tá mesmo.

 

Tchau gateeenhos

 

Agora me diga lá:: Quem tem uma mente como a minha, precisa MESMO de inimigo???????

 

 

 

 

 

EDIT::: Ainda que não pareça aos demais ((justo estes que me definem como DONA DE CASA)), eu estou operando aqui pelo meu futuro, tão sério quanto o esforço dos brasileiros no Rugby.

 

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